Flamengo sem enrolação.

Flamengo X Estudiantes. Sabor de Polêmica: Arbitragem decisiva

O Flamengo venceu o Estudiantes por 2 a 1 no Maracanã, mas o roteiro do fim de jogo ficou marcado pelo cartão vermelho aplicado a Gonzalo Plata, já nos acréscimos. O lance — um segundo amarelo após o equatoriano ser, na verdade, atingido pelo adversário — gerou revolta imediata e, no dia seguinte, a Conmebol anulou a expulsão. Com isso, Plata está liberado para a volta na Argentina. Vale lembrar: o duelo começou às 21h30 de 18 de setembro (quinta-feira) no horário de Brasília; alguns relatos registram 19/9 por conta do fuso/UTC. Flamengo+2ge+2

Do ponto de vista tático, a atuação rubro-negra no primeiro tempo foi um manual “à la” Arrigo Sacchi: bloco alto, 25–30 metros compactos, gatilhos de pressão sobre a bola no corredor lateral direito, e superioridade numérica próxima à bola. O 2 a 0 saiu em nove minutos porque a equipe encurtou o campo, adiantou a última linha e roubou no terço intermediário com agressividade e coordenação. CNN Brasil

Com a vantagem, o plano do segundo tempo pediu um “Guardiola pragmático”: posse com sentido (descanso com a bola), alternando amplitudes com os pontas e baixando laterais para formar uma saída de três. O problema foi que o Flamengo reduziu a intensidade dos cinco segundos pós-perda e alongou o time entre linhas — algo que Rinus Michels trataria como pecado capital no jogo de posição. O Estudiantes, sem brilhar, cresceu pelo espaço entre meio e última linha. Diario AS

A expulsão de Plata desorganizou os mecanismos de pressão e defesa posicional. Em igualdade numérica, o Flamengo já vinha oscilando entre 4-4-2 sem bola e 4-2-3-1 na reiniciação da posse; com um a menos, o time caiu para um 4-4-1 reativo, perdendo a válvula de escape do lado forte. Tele Santana, que pregava amplitude e coragem mesmo sob pressão, provavelmente insistiria em uma saída curta com meias aproximando para tirar a bola da zona de blitz — o Fla recuou demais. Flamengo

Como Carlo Ancelotti costuma lembrar, “transições decidem mata-mata”. O Estudiantes só precisava de uma: com corredores abertos, empurrou cruzamentos e bolas segundas até arrancar o 2 a 1 nos acréscimos, mantendo a eliminatória viva. O gol de Carrillo coroou o momento em que o Flamengo perdeu o controle emocional e estrutural do meio, exatamente quando a gestão dos intervalos de pressão deveria prevalecer. CNN Brasil+1

Sobre o lance capital: Plata é atingido, o árbitro interpreta simulação/falta ofensiva, aplica segundo amarelo e, por regra, o VAR não pode intervir em segundo amarelo — só em vermelho direto. Horas depois, diante das imagens e da contestação formal, a Conmebol retirou a punição. Para o jogo de volta, além do alívio esportivo, fica a lição de Helenio Herrera: preparar o time para a “injustiça previsível” — linha de suplentes e plano B precisam estar prontos para 10 x 11. The Sun+2LANCE! notícias e resultados de esportes+2

O recorte de desempenho por tempos também ensina. No primeiro, o Flamengo encaixou pressões orientadas ao lado fraco do Estudiantes, forçando lançamentos sem alvo; no segundo, cedeu campo e permitiu que o rival acelerasse pelos lados com laterais projetados. Ajustes de “pressões frias” (marcação por zona esperando o erro) teriam combinado melhor com a vantagem e o relógio. Diario AS

Para a volta, uma ideia “del Bosque” de controle: pivô oferecendo apoios curtos, interiores em diagonais curtas para trás (linhas de passe seguras) e laterais alternando altura — nunca os dois ao mesmo tempo — para evitar transições. Plata, reabilitado, amplia o leque: ataque ao espaço entre lateral e zagueiro do lado forte, com inversões rápidas quando o Estudiantes fechar a bola. ge

Gestão emocional será tão importante quanto o plano tático. Times campeões — de seleções ou clubes — tratam arbitragem e acaso como variáveis do jogo, não como desculpas. O staff deve treinar cenários de 10 x 11, 11 x 10 e “gol sofrido tardio” na semana, com ênfase em bolas paradas defensivas e saída de pressão aos 80’+. Isso reduz a probabilidade de novo abalo como o do fim no Maracanã. LANCE! notícias e resultados de esportes

Resumo: vitória justa pelo volume criado, roteiro perigoso pela gestão do segundo tempo e uma expulsão que não deveria ter existido — agora oficialmente reconhecido. A série segue aberta, mas com Plata à disposição e aprendizados claros de controle, compactação e transição defensiva, o Flamengo leva para La Plata não só a vantagem, mas um manual prático de como não repetir os mesmos erros. CNN Brasil+1

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