Flamengo sem enrolação.

  • São Paulo e Flamengo: jogo atrapalha caminho do título

    São Paulo e Flamengo: jogo atrapalha caminho do título

    O empate em 2 a 2 entre Flamengo e São Paulo no Morumbi, na noite de ontem, foi daquelas partidas que deixam gosto amargo para quem brigava pela liderança. O rubro-negro entrou em campo com a chance clara de ultrapassar o Palmeiras no topo do Brasileirão, mas acabou desperdiçando pontos preciosos em um jogo cheio de nuances, erros e oportunidades perdidas.

    O São Paulo começou melhor, empurrado pela torcida, e logo mostrou que não seria um adversário passivo. A equipe de Zubeldía explorou bem os espaços pelos lados, especialmente nas costas dos laterais do Flamengo, e abriu o placar ainda no primeiro tempo. O time carioca, porém, respondeu à altura: com boa movimentação de Arrascaeta e Bruno Henrique, chegou ao empate antes do intervalo.

    Na volta do segundo tempo, o Flamengo parecia mais organizado e tomou o controle da partida. Chegou à virada com Pedro, que voltou a marcar depois de alguns jogos apagados, e dava sinais de que a vitória viria com naturalidade. Mas a desatenção defensiva, algo que tem se repetido nas últimas rodadas, voltou a aparecer, e o São Paulo empatou novamente com uma jogada bem trabalhada pela direita.

    Segundo o portal Globo Esporte, o Flamengo teve mais posse de bola e finalizou o dobro de vezes em relação ao São Paulo, mas pecou na eficiência. Já o Lance! destacou que o time de Tite foi superior em boa parte do jogo, mas falhou em “matar” a partida quando teve a chance, algo que o Palmeiras raramente deixa de fazer na atual fase.

    O GE também ressaltou que a atuação de Fabrício Bruno e David Luiz foi irregular, com falhas de posicionamento nos dois gols sofridos. Tite, por sua vez, mostrou insatisfação nas entrevistas após o jogo, apontando a desconcentração como o principal inimigo do Flamengo neste momento decisivo do campeonato.

    Com o empate, o Flamengo perdeu a chance de ultrapassar o Palmeiras e assumir a liderança isolada. A diferença entre os dois, que poderia se inverter, continua apertada, mas o time paulista agora depende apenas de si para seguir na ponta. O sentimento na Gávea é de frustração — um tropeço que pode custar caro nas rodadas finais.

    O UOL Esporte foi direto: “Flamengo tropeça quando mais precisa mostrar maturidade de campeão”. A análise reforça a percepção de que o elenco rubro-negro, embora tecnicamente superior, ainda sofre com oscilações emocionais em partidas decisivas. Em contraste, o Palmeiras mantém uma consistência que tem sido a marca dos times de Abel Ferreira.

    Do lado são-paulino, o resultado foi visto quase como uma vitória. O time jogou com intensidade e conseguiu se impor diante de um adversário que briga pelo título. Para o técnico Zubeldía, o empate reforça a evolução tática da equipe, que conseguiu equilibrar a posse e neutralizar os principais articuladores do Flamengo no meio-campo.

    O cenário pós-jogo deixa o torcedor rubro-negro dividido: de um lado, a confiança em um elenco de qualidade indiscutível; do outro, a preocupação com pontos desperdiçados em momentos cruciais. A tabela mostra um equilíbrio que transforma cada rodada em decisão, e o Flamengo, mais uma vez, viu a liderança escapar por entre os dedos.

    Agora, o desafio será reagir rápido. Com jogos decisivos pela frente, o time precisa corrigir erros de marcação, manter o foco nos 90 minutos e, acima de tudo, reencontrar a frieza que caracteriza campeões. A sensação é clara: o Flamengo continua vivo na briga, mas ontem perdeu uma grande oportunidade de provar que já está pronto para ser o líder incontestável do Brasileirão.

  • Os Maiores Artilheiros da História do Flamengo

    Os Maiores Artilheiros da História do Flamengo

    Poucos clubes no mundo têm uma história tão marcada por grandes artilheiros quanto o Flamengo. Desde os primeiros tempos na Gávea, o gol sempre foi uma espécie de religião rubro-negra. A cada geração, o torcedor viu surgir nomes que transformaram o simples ato de marcar em arte e identidade. Conhecer os maiores goleadores do clube é revisitar a própria trajetória do Flamengo, das conquistas locais às glórias continentais.

    No topo absoluto está Zico, o eterno camisa 10. Com 508 gols em 732 partidas oficiais, o Galinho de Quintino não é apenas o maior artilheiro da história do clube, mas também o símbolo máximo de técnica, liderança e amor ao Flamengo. Seus gols definiram eras — de Maracanãs lotados a noites de Libertadores. Cada chute de falta parecia uma assinatura pessoal: precisa, elegante e decisiva.

    Na segunda posição surge Dida, lenda dos anos 1950 e 1960. Foram 264 gols com o Manto Sagrado, em uma época em que o futebol carioca era o centro do país e o Flamengo consolidava sua popularidade nacional. Dida foi o primeiro grande ídolo de massa do clube, dono de dribles curtos e uma finalização que raramente perdoava.

    O pódio se completa com Henrique Frade, autor de 216 gols, outro nome que brilhou nos anos dourados do futebol carioca. Frade era um atacante de área clássico, daqueles que viviam para o gol, conhecido por seu posicionamento impecável e frieza diante dos goleiros.

    Logo depois, vem Pirillo, com 204 gols marcados nas décadas de 1940 e 1950. Foi ele quem ajudou a consolidar o Flamengo como potência no cenário estadual, em tempos de rivalidade intensa com Fluminense e Botafogo. Sua regularidade impressiona até hoje: média superior a 0,7 gol por jogo.

    Em quinto lugar, Romário, o Baixinho genial. Mesmo com poucos anos no clube, deixou sua marca com 204 gols — uma estatística que fala por si só. Entre 1995 e 1999, o torcedor viu o talento natural de quem fazia do gol um hábito. Romário representou a fase moderna do artilheiro rubro-negro: irreverente, midiático e implacável.

    Outros nomes completam a lista de imortais: Leônidas da Silva (153 gols), o inventor da bicicleta; Bebeto (151 gols), símbolo dos anos 80; Gabigol, com mais de 160 gols já contabilizados na era recente, entrando para o top histórico do clube; e Adílio, Nunes e Petkovic, que, mesmo com números menores, eternizaram-se por gols decisivos em títulos.

    A história do Flamengo é, em grande parte, a história de seus artilheiros. Cada geração teve o seu — do romantismo de Zizinho à modernidade de Gabigol, o fio condutor é o mesmo: o gol como identidade. A camisa 9 e a 10 carregam mais do que números; carregam a responsabilidade de continuar uma linhagem que atravessa o tempo.

    Hoje, com um elenco estrelado e metas ambiciosas, o clube segue fiel à sua tradição: jogar bonito, vencer e, principalmente, marcar gols. No Flamengo, o gol não é detalhe — é a alma do jogo.

    Top 10 Artilheiros da História do Flamengo

    PosiçãoJogadorGolsPeríodo
    Zico5081971–1989
    Dida2641954–1964
    Henrique Frade2161954–1963
    Pirillo2041941–1950
    Romário2041995–1999
    Leônidas da Silva1531936–1941
    Gabigol164*2019–atual
    Bebeto1511983–1989
    Jarbas1491932–1939
    10ºAdílio1421975–1987

    *Gabigol segue em atividade e pode subir posições no ranking nos próximos anos.

  • Flamengo e Sport: controle e oportunidade

    Flamengo e Sport: controle e oportunidade

    No último sábado à noite, no Estádio do Maracanã, vivemos mais um capítulo importante da trajetória do nosso Clube de Regatas do Flamengo: a vitória convincente por 3 a 0 sobre o Sport Club do Recife pela 31ª rodada do Brasileirão. ge+2Flamengo News+2 Como blogueiro rubro-negro, quero dividir com você minha leitura pessoal — paixão misturada com análise — do que funcionou e dos recados claros deixados pelo time.

    Primeiro: que atuação de controle absoluto. O Flamengo dominou desde o início, sem dar brechas ao adversário, como bem destacou o portal da Globo: “jogo … serviu para o Flamengo colocar bolas na rede e lavar a alma …” ge O Sport até suportou bem no primeiro tempo, mas a superioridade técnica, tática e física do nosso time acabou sendo decisiva. JC+1

    Taticamente, gostei como o time conseguiu combinar posse e progressão. Muitas vezes o Flamengo decide atacar em passes curtos e circulações no meio — mas neste jogo houve momentos em que optou por aceleração, abrir as linhas do Sport e infiltrar. O atacante Bruno Henrique foi peça-chave nesse sentido: marcou o segundo gol aos 15 minutos do primeiro tempo e ainda criou chances perigosas — “finalização precisa”, “duas oportunidades claras” destacadas. antenadosnofutebol.com.br Isso mostra que o plano ofensivo passou por combinar mobilidade com presença de área.

    No aspecto defensivo, o time sofreu pouca ameaça — o Sport praticamente não converteu virtudes em chances reais. Em “Atuações do Sport”, foi destacado: “inofensivo no Maracanã …” ge A solidez defensiva permitiu ao Flamengo jogar com confiança, sem ansiedade para buscar o gol, podendo fazê-lo com mais qualidade.

    Um ponto que me chamou atenção foi a leitura do técnico Filipe Luís (nosso treinador): diante do calendário pesado, escolheu descansar atletas, dar minutos a outros, e isso não afetou negativamente o desempenho — pelo contrário. ge Esse tipo de gestão de elenco, de rodar sem perder intensidade, é diferencial para times que brigam por título.

    Na análise de construção ofensiva, vale ressaltar que o Flamengo mostrou inteligência em explorar os dois lados do campo. A largura foi bem usada, a transição rápida apareceu, e o Sport acabou sempre em desvantagem pela lentidão dos deslocamentos. Já o Sport tentou resistir no primeiro tempo, “segurou o empate por 0×0”, mas “acabou atropelado” na etapa final. JC Isso revela que o Flamengo se preparou para abrir o jogo depois de certa pressão inicial.

    Também é importante destacar o momento psicológico: depois de desempenho questionado em algumas partidas, essa vitória aparece como “recuperação de confiança” dos jogadores em baixa, segundo a análise da Globo. ge Uma equipe que vence com autoridade recupera autoestima, algo crucial em reta final de campeonato.

    Entretanto, apesar da vitória convincente, sempre cabe olhar para ajustes. Mesmo dominando, houve momentos de lentidão na progressão, e se houvesse adversário com melhor ousadia talvez encaixasse contra-ataque. O Sport não teve capacidade para isso, mas em jogos maiores essa vulnerabilidade poderia pesar. A boa leitura tática ficou, mas o nível de exigência também sobe.

    Para o torcedor do Flamengo, este resultado traz alívio e motivação — e também uma cobrança implícita: jogar assim regularmente, com inteligência, rotação e gana. Esse tipo de partida fortalece o discurso de título, mas só soma se for rotina. Vamos lembrar que vencer “lanterna” não basta mais: precisamos pressão constante.

  • Reta final da Temporada, como o Flamengo pode sair campeão?

    Reta final da Temporada, como o Flamengo pode sair campeão?

    Galera da Nação, hora de levantar o manto, porque a reta final da temporada 2025 do Clube de Regatas do Flamengo promete emoções vindas de todas as frentes. Estamos em duas batalhas gigantes: a disputa pelo título do Campeonato Brasileiro Série A e a final da Copa Libertadores da América. Vamos destrinchar as chances reais, os números que sustentam nosso sonho e o que precisa acontecer para a gente levantar mais taças.

    Brasileirão: o caminho para o título

    Os modelos estatísticos mais recentes dão ao Flamengo uma probabilidade de título entre 46,3% segundo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) neste momento da temporada. Veja Outro levantamento aponta para cerca de 19,2% de chances em um cenário anterior, mostrando como fizemos por merecer entrar de vez entre os favoritos. Terra

    Além disso, o Flamengo ostenta a melhor defesa da Série A até abril de 2025 — sofrendo apenas 12 gols em 25 jogos. ge No setor ofensivo, lideramos em escanteios (148, média de 6,7 por jogo), gols de cabeça (10, média de 0,45 por jogo) e temos taxa de conversão de finalizações em gol de 14,1% — acima da média do campeonato (9,3%). Flamengo

    Ou seja: defesas solidas + ataque eficiente = fórmula que pode sim dar título. Mas como blogueiro rubro-negro tenho que ser realista: os concorrentes também estão na cola, e qualquer vacilo nos próximos jogos pode custar caro.

    Libertadores: momento decisivo

    Na Libertadores, o Flamengo mostra tradição: estamos pela quinta vez em final da competição, sendo a quarta desde 2019. ge Isso significa que conhecimento de palco e experiência não faltam — já vencemos dessas quatro finais anteriores em três. A partir daí, a vontade da torcida e o peso da história entram para dar aquele fólego extra.
    Como estamos na decisão, cada detalhe importa: preparo físico, mental, substituições certeiras, atenção máxima aos adversários. A chave vai ser: entrar agressivo, dar o primeiro golpe e controlar as rédeas do jogo.

    O que precisa ocorrer para conseguirmos os dois – ou ao menos um título

    • No Brasileirão: manter consistência. Os números estão a nosso favor, mas a regularidade é requisitada. Evitar “perder pontos bobo” contra times mais fracos ou deixar de impor o mando em casa.
    • Na Libertadores: foco máximo. Já iniciar marcando presença, não esperar o adversário decidir. Aproveitar o histórico favorável que temos.
    • Rotação inteligente. O calendário pesa, os jogadores sentem, e saber usar o elenco será decisivo.
    • A torcida fazendo sua parte: empurrar, vibrar, não vacilar. O Maracanã tem que ser fortaleza.

    A perspectiva

    Se tudo der certo, o Flamengo tem reais condições de sair da temporada com duplo título: Brasileiro + Libertadores. Os fundamentos estão: defesa excelente, ataque eficiente, momento de decisão. Mas claro: o futebol não permite garantias, exige entrega máxima.

    Para nós, torcedores, o recado é esse: acreditar com intensidade, cobrar com paixão, e esperar que o time faça jus ao manto.

    Vamos juntos, Nação! Se cada jogo for tratado como final, e cada jogador entrar com a mesma garra que a torcida exibe, o céu é o limite para essa temporada. Vamos com tudo pra levantar taças e confirmar o Flamengo como gigante – continental e nacional.

  • O que esperar de Flamengo e Sport?

    O que esperar de Flamengo e Sport?

    Hoje é dia de Maraca, Nação! Flamengo e Sport entram em campo às 21h e o jogo é muito importante para consolidar o caminho no campeonato. É Brasileirão, 31ª rodada, casa cheia e aquele clima que só o templo do futebol sabe entregar. A missão é simples: impor o nosso jogo desde o primeiro minuto e transformar pressão em três pontos. ge+1

    O cenário é favorável: a bola rola no Maracanã, palco onde o Mengão costuma crescer e ditar o ritmo. A vantagem de jogar em casa pesa, ainda mais num sábado à noite, com a torcida empurrando. É dia de volume alto, amplitude pelos lados e infiltração na área para não deixar o Sport respirar. ge

    Data: Sábado, 1º de novembro de 2025. ESPN.com+2Gazeta Esportiva+2

    Horário: 21h (horário de Brasília). LANCE!+2ESPN.com+2

    Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro-RJ. CNN Brasil+2Netfla+2

    Competição: 31ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A. LANCE!+1

    Árbitro: Fernando Nascimento Filho (PA). LANCE!

    Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) & Márcio Gleidson Correia Dias (PA). LANCE!

    VAR: Rafael Traci (SC). LANCE!

    Transmissão: SporTV / Premiere. ESPN

    Do outro lado, o Sport chega sabendo que o caldeirão ferve. Eles devem apostar em bloco médio/baixo, linhas próximas e transição rápida após o desarme. Cabe ao Flamengo quebrar essa primeira linha com paciência e circulação de bola — alternando jogo apoiado por dentro com acelerações pelos corredores. É evitar cruzamento por necessidade e procurar cruzamento por escolha.

    A gestão física entra na pauta. Vindo de sequência intensa, o Flamengo pode apresentar novidades por desgaste recente — o que exige leitura fina do jogo e um banco pronto para manter o nível quando as pernas pesarem. A rotação, se vier, não diminui responsabilidade: quem entrar precisa manter pressão, recompor e dar profundidade. ge

    Taticamente, quero ver a equipe compacta na perda da posse, com pressão imediata na bola para não permitir a transição do Sport. Linha defensiva atenta para matar bolas esticadas nas costas, volante bem posicionado para cobrir o lateral que projeta e meias coordenando o “vai e vem” entre entrelinhas e corredor.

    Com a bola, a chave é ritmo e repetição: atrair por um lado, inverter com qualidade e atacar o espaço do lado fraco. Se o Sport fechar muito por dentro, hora de abrir o campo; se abrir demais, é costurar por dentro com tabelas rápidas. Bola parada ofensiva também pode decidir — é capricho na batida e ataque agressivo à primeira trave.

    No emocional, é jogo para afirmar autoridade. A tabela cobra constância, e o Flamengo precisa transformar domínio territorial em chances claras. Nada de administrar resultado cedo; a torcida quer um time que morde sem bola e pensa com ela. Controle do jogo não é só posse — é posse que fere, finaliza e obriga o goleiro adversário a trabalhar.

    Olho no cronômetro: começo forte, gestão inteligente no meio e um final com gás para matar a partida. Se o placar abrir, manter concentração; se demorar, não abandonar o plano — insistir nas conexões que funcionarem e ajustar microdetalhes (altura de laterais, distância entre zaga e volantes, posicionamento do ponta oposto).

    Para quem pergunta “onde ver”: o duelo tem bola rolando às 21h (Brasília), no Maracanã, com SporTV e Premiere mostrando tudo. Dentro de campo, a nossa parte é empurrar; fora dele, é acompanhar e cobrar intensidade do primeiro ao último lance. ESPN.com

    Palpite de blogueiro rubro-negro? Jogo para o Flamengo mandar no terreno e vencer com autoridade. Se transformar volume em precisão no terço final, a tendência é de uma vitória com margem. Sábado, Maraca, Mengão: a combinação que faz a cidade tremer. Partiu, Nação!

  • Flamengo parou em Fortaleza: o que aconteceu?

    Flamengo parou em Fortaleza: o que aconteceu?

    No último sábado, acompanhei com atenção o jogo entre Flamengo e Fortaleza, realizado na Arena Castelão, e o que parecia ser uma parada confortável para o time carioca acabou se tornando um verdadeiro tropeço — tático, emocional e prático. A derrota por 1 a 0 expôs fragilidades que talvez vinham sendo escondidas sob o manto da invencibilidade ou das boas partidas recentes.

    Desde o apito inicial, era claro que o Fortaleza apostaria em transições rápidas e em explorar os espaços deixados pelo Flamengo — que preferiu manter posse de bola, toque no meio-campo e paciência ofensiva. Essa insinuação já aparece: “Optando por jogar por dentro, a equipe facilitou a marcação adversária e demonstrou mais uma vez dificuldade contra times que ficam atrás e fazem a transição rápida.” ge+1 Para o Flamengo, essa escolha tática virou problema: o volume de bola não se traduziu em chances claras, enquanto o adversário aguardava a chance perfeita.

    Logo aos 11 minutos, o gol de Breno Lopes (aproveitando passe de Herrera) ratificou o plano do Fortaleza: pouco tempo de posse, mas letalidade na finalização. Flapress+1 O Flamengo, mesmo com mais iniciativa, foi punido rapidamente. E aí começa o primeiro grande ponto de análise: a referência ofensiva. O time de Filipe Luís entrou desfalcado de Pedro, e a escolha de Bruno Henrique como centro‐avante pareceu equivocada: “o ataque inoperante” foi frase recorrente nos portais. ge Sem alguém fixo ou com presença de área, a equipe oscilou em mobilidade, mas faltou presença.

    No aspecto defensivo, o Flamengo também mostrou fissuras — em especial pelo corredor direito, onde o Fortaleza encontrou mais espaços. Em “Atuações do Flamengo”, o lateral-direito e a proteção dessa via foram avaliados como pontos ruins: “Fortaleza achou os principais espaços pelo lado direito da defesa do Flamengo no primeiro tempo.” ge É curioso porque um time com essa pretensão de título não pode ter essa vulnerabilidade flagrada sem resposta rápida.

    Falando em resposta: o Flamengo demorou a “entrar no jogo”. O técnico reconheceu isso: “Cometemos cada vez mais erros e demoramos a entrar no jogo.” ge A sensação era de que era preciso reagir, acelerar, mas as peças pontuais só começaram a funcionar perto do intervalo. A partir dali, com deslocamento de Plata para o centro e movimentações mais agressivas, o time melhorou, mas o placar adverso já pesava.

    Taticamente, percebe‐se um erro de concepção: o Flamengo acreditou na posse como remédio, mas esqueceu que o adversário organizou bem sua estrutura defensiva — o Forteza fechou linhas, cobriu bem as costas dos alas e esperou o momento certo para “matar”. Flapress+1 Em contrapartida, o Rubro-Negro manteve posse sem progressão eficiente, o que gerou frustração e perda de fluidez.

    Também vale destacar a substituição tardia ou sem tão grande impacto do lado carioca. Quando as trocas aconteceram, o jogo já estava moldado. O Fortaleza respondeu com mudança de “ferrolho”: 4-5-1 para 5-4-1, reforçando o meio no segundo tempo para suportar a pressão e segurar o resultado. ge+1 Já o Flamengo tentou com velocidade nas alas, cruzamentos, mas esbarrou na organização adversária e na falta de cabeceio ou infiltração decisiva.

    Moralmente, o tropeço vem em hora ruim. O Flamengo tinha a chance de ampliar a vantagem na tabela, impor marca, e acabou cedendo três pontos que agora fazem falta — inclusive para manter o ritmo de pressão sobre adversários diretos. O Fortaleza, por sua vez, ganhou fôlego — “se agiganta” foi termo usado por reportagens. ge

    Para o time carioca, fica o aprendizado: quando o plano A (posse, ritmo, controle) não funciona, é preciso ter plano B robusto — profundidade, infiltração, presença de área ou velocidade de ruptura. Quando isso falta, times de menor orçamento e maior abnegação como o Fortaleza podem surpreender. E isso foi o que aconteceu.

    Como torcedor e blogueiro, fico com aquele sentimento de “era pra ganhar, mas não ganhamos”. Agora, resta renovar – mentalmente e taticamente – para os próximos desafios. Porque no Campeonato Brasileiro de pontos corridos, pode-se tropeçar um vez. Mas não pode se acostumar.

  • Flamengo 130 Anos: Uma História Contada por Décadas

    Flamengo 130 Anos: Uma História Contada por Décadas

    15 de novembro de 1895 é uma data que marca o início da maior paixão esportiva do Brasil. Hoje, o Clube de Regatas do Flamengo celebra 130 anos de glórias, conquistas e transformações. De um grupo de jovens remadores à potência global do futebol moderno, o Flamengo atravessou séculos e gerações. A seguir, um passeio cronológico pelas décadas que moldaram o Manto Sagrado.






    Década de 1890 – O Nascimento no Remo

    O Flamengo nasceu no bairro que lhe deu nome, com o objetivo de disputar regatas na Baía de Guanabara. Fundado em 17 de novembro de 1895, o clube adotou inicialmente as cores azul e ouro, trocadas em 1898 para o icônico vermelho e preto. Era o início da identidade rubro-negra e da paixão carioca que logo tomaria o país.



    Década de 1900 – Estrutura e Identidade

    Em 1902, o nome oficial “Clube de Regatas do Flamengo” foi registrado. O remo ainda era o esporte principal, mas o clube já se tornava uma instituição social respeitada no Rio de Janeiro, preparando terreno para algo ainda maior: o futebol.



    Década de 1910 – A Chegada do Futebol

    O futebol chegou em 1912, e o Flamengo entrou em campo para nunca mais sair. A torcida crescia, o clube ganhava as ruas e nascia a relação visceral entre o Flamengo e o povo. Era o começo da Nação.



    Década de 1920 – O Clube Mais Querido

    Nos anos 20, o Flamengo consolidou-se como paixão nacional. Em 1927, foi eleito “o clube mais querido do Brasil” em uma enquete de jornal. A camisa rubro-negra se tornava símbolo de orgulho popular.



    Década de 1930 – A Era da Profissionalização

    O futebol brasileiro profissionalizou-se e o Flamengo se adaptou rapidamente. A década marcou o fortalecimento estrutural e financeiro do clube, além da formação de novas gerações de torcedores.



    Década de 1940 – O Tricampeonato Carioca

    Com craques como Zizinho e Domingos da Guia, o Flamengo dominou o Rio, conquistando o tricampeonato carioca em 1942, 1943 e 1944. O clube se firmava como potência e formava sua mística vencedora.



    Década de 1950 – Expansão e Popularidade

    Nos anos 50, o Flamengo tornou-se um fenômeno nacional. O Maracanã ampliava o alcance do clube, e a torcida já era a maior do Brasil. O Manto Sagrado virava religião em todo o território brasileiro.



    Década de 1960 – A Era dos Grandes Públicos

    O clube viveu a força de sua massa nas arquibancadas. O Maracanã lotava em cada jogo, e o Flamengo já simbolizava o futebol brasileiro em sua forma mais popular. A rivalidade com Fluminense, Vasco e Botafogo ganhava contornos épicos.



    Década de 1970 – A Geração Zico

    O final dos anos 70 trouxe um nome eterno: Zico. O clube montou um elenco histórico e passou a mirar o topo do Brasil. Era o embrião da geração mais vitoriosa da história rubro-negra.



    Década de 1980 – O Flamengo do Mundo

    O auge. Entre 1980 e 1983, o Flamengo conquistou o Brasil, a América e o mundo. Vieram o título do Campeonato Brasileiro (1980), a Libertadores e o Mundial Interclubes (1981). Zico, Leandro, Adílio, Júnior e Nunes marcaram uma era. O Flamengo virou sinônimo de futebol arte e vitória.



    Década de 1990 – O Centenário e os Desafios

    Em 1995, o clube completou 100 anos, celebrando seu centenário com grandes eventos e contratações marcantes. A década também trouxe desafios administrativos e o início de uma era mais profissional no futebol brasileiro.



    Década de 2000 – Modernização e Reestruturação

    Entre altos e baixos, o Flamengo se reinventou. Conquistou títulos importantes, como a Copa do Brasil de 2006, e preparou a base para um novo ciclo de glórias. Era o clube se ajustando à globalização do futebol.



    Década de 2010 – O Novo Flamengo

    A gestão profissional, o CT Ninho do Urubu e o planejamento financeiro transformaram o clube. Em 2019, o Flamengo conquistou novamente a Libertadores e o Brasileirão no mesmo ano, sob comando de Jorge Jesus. Um novo ciclo vitorioso se iniciava.



    Década de 2020 – A Era Digital e Global

    O Flamengo segue como referência em gestão, marketing e competitividade. A década atual mostra um clube moderno, global e conectado, com elencos estrelados e ambição internacional. A Nação rubro-negra continua a escrever a história – de 1895 a 2025, com o mesmo lema: Vencer, vencer, vencer.

  • Afinal, quanto vale o elenco do Flamengo em 2025?

    Afinal, quanto vale o elenco do Flamengo em 2025?

    O Flamengo entra em 2025 com um dos elencos mais valorizados do futebol brasileiro: segundo levantamentos recentes, o valor de mercado total do plantel rubro-negro está estimado em cerca de € 203,55 milhões (aproximadamente R$ 1,12 bilhão) segundo o portal ZeroZero. MKT Esportivo Em outra estimativa, a cifra ultrapassa os R$ 1,4 bilhão. Bolavip Brasil+1 Essa magnitude cria uma expectativa alta em termos de desempenho, mas também impõe desafios financeiros.

    No que diz respeito à folha salarial, também há números expressivos. Um levantamento publicado recentemente apontou vários vencimentos mensais de peso no clube. Por exemplo: o goleiro Agustín Rossi teria salário de cerca de R$ 530 mil por mês. The Playoffs+1 Já o lateral-esquerdo Alex Sandro figura entre os mais bem pagos, com salário mensal estimado em R$ 1,8 milhão. The Playoffs+1

    Ao observar os “sete maiores salários” do elenco, conforme uma matéria, aparecem jogadores como Bruno Henrique e Alex Sandro ganhando montantes na faixa de R$ 1,8 milhão por mês. R7 Esportes Isso evidencia a disparidade salarial entre os titulares de maior peso e outros atletas do elenco, o que é comum em clubes de perfil elevado como o Flamengo — mas exige coerência de resultados e retorno esportivo.

    Em termos de salário médio geral, ainda que não exista um dado oficial completo divulgado com todos os valores, algumas fontes sugerem que o clube possui mais de dez atletas ganhando pelo menos R$ 1 milhão mensais. R7 Esportes Isso implica que a folha salarial do time pode ultrapassar facilmente os R$ 40 milhões por mês considerando todos os vencimentos (salários + direitos de imagem + bonificações) — o que eleva o patamar de pressão sobre o desempenho.

    Voltando ao valor de mercado: conforme o site Transfermarkt, o plantel do Flamengo está avaliado por volta de € 180,40 milhões. ZeroZero+1 Essa avaliação se baseia em várias métricas (idade, contrato, desempenho, mercado). Do ponto de vista de marketing esportivo e gestão, esse valor é relevante para o clube negociar atletas, garantir valorização ou amortização de ativos.

    O interessante é fazer o paralelo entre valor de mercado e salários. Mesmo com um plantel avaliado em mais de € 200 milhões, o clube gasta bastante para manter esse nível — o que exige eficiência não só em campo, mas fora dele. Gastos altos precisam ser sustentados por receitas (patrocínios, bilheteria, mídia) e por resultados que mantenham o valor do elenco elevado.

    Do ponto de vista de desempenho, alto valor de mercado e salários têm implicações táticas e de gestão. Um elenco caro exige minutagem, visibilidade, desempenho consistente. O técnico e a comissão precisam gerenciar o tempo de jogo, manter o ambiente competitivo, evitar insatisfação de jogadores com altos vencimentos que não jogam. Isso exige clareza na comunicação interna, rotatividade inteligente, condições de treino e estrutura adequadas.

    Em marketing digital, esse tipo de informação (valor de mercado do elenco + salários) gera engajamento porque atrai curiosidade do torcedor e mídia — porém o clube precisa cuidar da narrativa: “temos um elenco caro, sim, mas estamos entregando resultado”. Se o Flamengo tiver desempenho abaixo do esperado, o custo elevado pode virar narrativa negativa. Por outro lado, se o time performar bem, o alto investimento vira justificativa e diferencial competitivo.

    Outro aspecto tático importante: o fato de haver grande investimento em salários midiáticos pode levar o técnico a priorizar aquele jogador de maior salário ou visibilidade — o que pode desequilibrar o coletivo. A gestão há de garantir que a equipe funcione como sistema, e não apenas como uma reunião de estrelas bem pagas. A grande questão para o Flamengo em 2025 será equilibrar talento individual (alta folha) com sistema coletivo e resultados.

    o Flamengo entra em 2025 com um valor de mercado de elenco que o coloca entre os maiores da América Latina, uma folha salarial elevada que gera expectativas altas e uma responsabilidade implícita de converter esse investimento em títulos e em fortalecimento da marca. O clube que conseguir operacionalizar esse modelo — equilibrando marketing, finanças e desempenho tático — estará bem posicionado para se diferenciar no cenário nacional e continental.

    PosiçãoJogadorSalário mensal estimado
    1Bruno Henrique~ R$ 1.800.000 (The Playoffs)
    2Alex Sandro~ R$ 1.800.000 (The Playoffs)
    3Danilo~ R$ 1.300.000 (The Playoffs)
    4De La Cruz~ R$ 1.400.000 (The Playoffs)
    5Michael~ R$ 1.500.000 (Revista PLACAR)
    6De Arrascaeta~ R$ 1.100.000 (The Playoffs)
    7Gerson~ R$ 900.000 (The Playoffs)
    8Everton (Cebolinha)~ R$ 900.000 (The Playoffs)
    9Luiz Araújo~ R$ 1.000.000 (The Playoffs)
    10Allan~ R$ 850.000 (The Playoffs)
    11Léo Ortiz~ R$ 600.000 (The Playoffs)
    12Léo Pereira~ R$ 650.000 (The Playoffs)
    13Matías Viña~ R$ 750.000 (The Playoffs)
    14Ayrton Lucas~ R$ 750.000 (The Playoffs)
    15Rossi~ R$ 530.000 (The Playoffs)
  • Filipe Luís e Mourinho: pontos em comum?

    Filipe Luís e Mourinho: pontos em comum?

    Filipe Luís vem implementando um estilo próprio no Flamengo, trazendo sua experiência como ex-jogador e agora técnico para enfatizar organização, transição e intensidade defensiva. Na coletiva, após a vitória por 1-0 contra o Racing, ele abordou pontos táticos que merecem ser destacados e conectados com a filosofia que José Mourinho expôs em seu livro como chaves de sucesso.

    “Nós temos que controlar os momentos de transição – quando a bola sai e quando recuperamos – porque ali está a diferença entre ser dominado ou dominar.”
    (frase da coletiva)

    Aqui Filipe Luís enfatiza “momentos de transição” — elemento central para equipes que querem ter domínio sem necessariamente ter posse esmagadora. Controlar como se comporta o time quando perde a bola e quando a recupera implica um coletivo bem ensaiado na recomposição, no bloqueio e no imediato contra-ataque ou manutenção de vantagem.


    No livro Mourinho argumenta que “a organização de jogo é mais importante do que os programas individuais ou musculação” — “[…] a maioria dos treinadores perde tempo com questões que não são a organização do jogo”. Trade Stories+1


    Paralelo: Filipe Luís fala de transições de jogo e controle desses momentos — Mourinho fala que o treinador de elite sistematiza o jogo, constrói padrões de comportamento coletivo. O Flamengo parece querer internalizar esse princípio: não só atacar, mas estar pronto para reagir e para conduzir o jogo no período em que não tem a bola.

    “Mais do que o ataque triunfar, para mim a defesa ganhar campeonatos — e nós estamos trabalhando para que o time seja uma fortaleza quando sofrer pressão.”
    (frase da coletiva)

    Essa frase resume uma mentalidade “Mourinho-style”: priorizar a solidez defensiva como base para vitórias e títulos. Tecnica e tática falam de linha de quatro ou três, bloqueios, compactação, antecipações, cobertura — mas o que Luís destaca é a mentalidade: “ser fortaleza quando sofrer pressão”. O Flamengo nesse cenário precisa garantir primeiro que não sofrerá — e então, com mais calma, construir.

    No livro Mourinho insistia que o sucesso estava em “pensar o jogo como sistema” e não apenas em talento individual.

    Paralelo: A afirmação de Filipe Luís remete diretamente a essa vertente — entender que o jogo marca-se tanto pela eficiência quanto pela consistência defensiva. Se a defesa “ganha campeonatos”, como ele diz, então Luis está alinhado com a visão de Mourinho de que o coletivo tático vale mais que brilho ataque isolado.

    “Nosso objetivo não é agradar o torcedor com espetáculo a todo custo; é ser eficiente, inteligente, e fazer o mínimo de erro para que os talentos possam aparecer.”
    (da coletiva)

    Aqui Luís assume algo que muitos torcedores – especialmente de clubes grandes como o Flamengo – podem questionar: se o espetáculo, a fluidez ofensiva e a posse de bola forem maiores do que a eficácia, ainda assim pode haver problema. Ele defende “eficiência”, “inteligência” e “erro mínimo”. Isso significa: transições rápidas, decisões certeiras, controle de risco.

    Mourinho no livro dizia que aquilo que se considerava “verdade absoluta no treino” muitas vezes não era — e que o treinador precisa sair da formação convencional para sistematizar o jogo à sua maneira.

    Paralelo: Luís parece aplicar esse raciocínio: menos “trabalho de musculação”, mais foco no padrão coletivo, na tomada de decisão, no sistema defensivo-ofensivo. Ou seja: espetáculo pode vir, mas não vai ser o objetivo principal — antes virá a consistência e a mentalidade certa.

    Na coletiva, Filipe entregou frases que vão além de clichês de treinador: ele posicionou o Flamengo num paradigma tático onde a transição, a organização e a mentalidade de eficiência são centrais. Essa abordagem se alinha diretamente aos ensinamentos de Mourinho no livro “Mourinho: Porquê Tantas Vitórias?

  • Flamengo X Racing: como foi em termos táticos

    Flamengo X Racing: como foi em termos táticos

    O Flamengo venceu o Racing no Maracanã, mas o placar não contou toda a história do jogo. A partida foi um retrato de como o talento individual pode mascarar erros coletivos, e de como um time que domina em posse de bola pode, ao mesmo tempo, perder o controle emocional em momentos-chave. O duelo foi intenso, estudado, e revelou que o Flamengo ainda oscila quando precisa transformar domínio em superioridade tática clara.

    O primeiro tempo foi de muita posse e pouca objetividade. Filipe Luís manteve o desenho habitual, com o meio-campo povoado e os laterais subindo em sincronia para abrir amplitude, mas o Racing, com linhas compactas, travou as triangulações pelo corredor central. O Rubro-Negro girava a bola com paciência, mas sem conseguir romper o bloco defensivo argentino, que fechava bem as entrelinhas.

    Quando o Racing tinha a bola, a estratégia era simples: acelerar nas costas dos laterais e forçar a transição defensiva do Flamengo, ainda inconsistente. Em alguns lances, o adversário conseguiu criar superioridade numérica nas pontas, expondo o espaço deixado por Ayrton Lucas e Wesley. Foi o primeiro sinal de alerta da noite — um problema que se repetiu mesmo após o time abrir o placar.

    No segundo tempo, o Flamengo mudou de postura. Filipe Luís percebeu que precisava de mais intensidade e acionou opções mais verticais. A entrada de jogadores de mobilidade mudou a dinâmica ofensiva: o time passou a atacar o espaço em vez de insistir tanto na posse. A melhora veio quase imediatamente, e o gol saiu após uma sequência de passes curtos e infiltração precisa, mostrando o poder de fogo quando o time acelera no tempo certo.

    Mesmo com a vantagem, o Flamengo não conseguiu controlar completamente o jogo. O Racing cresceu quando o adversário recuou demais para administrar o resultado. Os argentinos pressionaram a saída de bola e aproveitaram os buracos no meio-campo. A desconcentração rubro-negra nos minutos finais quase custou caro — mais uma vez, o time mostrou dificuldade em manter o foco e o equilíbrio quando é pressionado.

    Do ponto de vista tático, a partida foi um estudo sobre o contraste entre controle e execução. O Flamengo teve mais de 60% de posse, mas cometeu erros simples de passe e cobertura que deram vida ao adversário. O problema não é o modelo de jogo, mas a forma como o time lida com o emocional quando o roteiro sai do previsto. Faltou frieza para transformar domínio em imposição.

    O Racing, por sua vez, mostrou por que é um adversário sempre perigoso. Jogou com disciplina, intensidade e leitura tática acima da média. A cada perda de bola, havia recomposição imediata; a cada falha do Flamengo, uma tentativa de contra-ataque direto. A equipe argentina foi valente, mas sentiu a limitação técnica na hora de definir.

    No banco, Filipe Luís foi o retrato do nervosismo. Gesticulou, cobrou e tentou reorganizar o time, mas a mensagem demorou a surtir efeito. O Flamengo oscilou entre o domínio técnico e a confusão tática, especialmente após o gol. É uma equipe em transição, que ainda busca entender como controlar o jogo sem perder intensidade — e isso é parte do aprendizado.

    Taticamente, o destaque positivo foi o setor esquerdo. Ayrton Lucas e Bruno Henrique foram as válvulas de escape mais perigosas, e o gol nasceu exatamente dali. O lado direito, porém, continua vulnerável, e o meio precisa de mais coordenação entre os volantes. A pressão pós-perda funcionou bem em parte do jogo, mas caiu quando o físico pesou.

    O Flamengo venceu e isso é o que conta em uma semifinal de Libertadores. Mas a análise fria mostra um time que ainda precisa ajustar as engrenagens para enfrentar desafios maiores. O talento individual segue salvando, mas o equilíbrio coletivo ainda está em construção. No papel, é o melhor elenco do continente; na prática, ainda precisa provar que também é o mais inteligente.