Flamengo sem enrolação.

Filipe Luís e Mourinho: pontos em comum?

Filipe Luís vem implementando um estilo próprio no Flamengo, trazendo sua experiência como ex-jogador e agora técnico para enfatizar organização, transição e intensidade defensiva. Na coletiva, após a vitória por 1-0 contra o Racing, ele abordou pontos táticos que merecem ser destacados e conectados com a filosofia que José Mourinho expôs em seu livro como chaves de sucesso.

“Nós temos que controlar os momentos de transição – quando a bola sai e quando recuperamos – porque ali está a diferença entre ser dominado ou dominar.”
(frase da coletiva)

Aqui Filipe Luís enfatiza “momentos de transição” — elemento central para equipes que querem ter domínio sem necessariamente ter posse esmagadora. Controlar como se comporta o time quando perde a bola e quando a recupera implica um coletivo bem ensaiado na recomposição, no bloqueio e no imediato contra-ataque ou manutenção de vantagem.


No livro Mourinho argumenta que “a organização de jogo é mais importante do que os programas individuais ou musculação” — “[…] a maioria dos treinadores perde tempo com questões que não são a organização do jogo”. Trade Stories+1


Paralelo: Filipe Luís fala de transições de jogo e controle desses momentos — Mourinho fala que o treinador de elite sistematiza o jogo, constrói padrões de comportamento coletivo. O Flamengo parece querer internalizar esse princípio: não só atacar, mas estar pronto para reagir e para conduzir o jogo no período em que não tem a bola.

“Mais do que o ataque triunfar, para mim a defesa ganhar campeonatos — e nós estamos trabalhando para que o time seja uma fortaleza quando sofrer pressão.”
(frase da coletiva)

Essa frase resume uma mentalidade “Mourinho-style”: priorizar a solidez defensiva como base para vitórias e títulos. Tecnica e tática falam de linha de quatro ou três, bloqueios, compactação, antecipações, cobertura — mas o que Luís destaca é a mentalidade: “ser fortaleza quando sofrer pressão”. O Flamengo nesse cenário precisa garantir primeiro que não sofrerá — e então, com mais calma, construir.

No livro Mourinho insistia que o sucesso estava em “pensar o jogo como sistema” e não apenas em talento individual.

Paralelo: A afirmação de Filipe Luís remete diretamente a essa vertente — entender que o jogo marca-se tanto pela eficiência quanto pela consistência defensiva. Se a defesa “ganha campeonatos”, como ele diz, então Luis está alinhado com a visão de Mourinho de que o coletivo tático vale mais que brilho ataque isolado.

“Nosso objetivo não é agradar o torcedor com espetáculo a todo custo; é ser eficiente, inteligente, e fazer o mínimo de erro para que os talentos possam aparecer.”
(da coletiva)

Aqui Luís assume algo que muitos torcedores – especialmente de clubes grandes como o Flamengo – podem questionar: se o espetáculo, a fluidez ofensiva e a posse de bola forem maiores do que a eficácia, ainda assim pode haver problema. Ele defende “eficiência”, “inteligência” e “erro mínimo”. Isso significa: transições rápidas, decisões certeiras, controle de risco.

Mourinho no livro dizia que aquilo que se considerava “verdade absoluta no treino” muitas vezes não era — e que o treinador precisa sair da formação convencional para sistematizar o jogo à sua maneira.

Paralelo: Luís parece aplicar esse raciocínio: menos “trabalho de musculação”, mais foco no padrão coletivo, na tomada de decisão, no sistema defensivo-ofensivo. Ou seja: espetáculo pode vir, mas não vai ser o objetivo principal — antes virá a consistência e a mentalidade certa.

Na coletiva, Filipe entregou frases que vão além de clichês de treinador: ele posicionou o Flamengo num paradigma tático onde a transição, a organização e a mentalidade de eficiência são centrais. Essa abordagem se alinha diretamente aos ensinamentos de Mourinho no livro “Mourinho: Porquê Tantas Vitórias?

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