No último domingo (5 de outubro de 2025), São Paulo e Palmeiras protagonizaram mais um capítulo polêmico no Brasileirão — e, como sempre, o apito roubou os holofotes. Ao final, 3×2 para o Palmeiras, virada que garantiu a liderança ao Verdão. Mas o que ficou marcado não foi (apenas) o futebol, e sim os buracos gigantes no sistema de arbitragem que assustam quem acompanha a disputa pelo título. VEJA+2UOL+2
Uma das jogadas mais contestadas foi um suposto pênalti em que Gonzalo Tapia, do São Paulo, teria sido derrubado por Allan antes de dominar a bola. O árbitro de campo, Ramon Abatti Abel, ignorou o lance e levantou os braços em ato de “nada marcado”. O VAR, Ilbert Estevam da Silva, sequer acionou a revisão, mesmo com imagens sugerindo contato. A comissão de arbitragem foi afastada para reciclagem imediatamente após o jogo. VEJA
O São Paulo, por sua vez, reclamou também de uma possível expulsão: Andreas Pereira, do Palmeiras, cometeu falta dura em Marcos Antônio e levou apenas cartão amarelo, embora o Tricolor avalie que a infração deveria receber o vermelho. Andreas defendeu o juiz dizendo que a decisão foi correta, mas o debate segue aceso. ge+1
É curioso que a CBF decidiu não divulgar os áudios do VAR para esse clássico — um recuo que alimenta teorias de “coisas a esconder”. A entidade afirma que só vai liberar quando há recomendação de revisão ao árbitro de campo — condição que, segundo ela, não foi atendida nesse jogo. A opacidade, portanto, favorece quem quer dispersar críticas. UOL
Por causa dessas falhas claramente visíveis ao público, há vozes insistindo que São Paulo x Palmeiras precisa ser investigado. O comentarista Arnaldo Ribeiro já se manifestou nesse sentido, e o presidente do São Paulo, Julio Casares, cobra mudanças imediatas na CBF. Afinal, árbitros afastados para “reciclagem” não parecem solução à altura do prejuízo. UOL+2LANCE! Futebol e Esportes+2
Mas por que tudo isso interessa ao Flamengo, que não esteve na partida? Simples: em um Brasileirão equilibrado, erros grosseiros em jogos entre terceiros podem afetar quem está “fora” dessa peleja direta. Se o São Paulo tivesse pontuado mais, por exemplo, poderia empurrar o Palmeiras para baixo ou fragilizar seu ritmo de conquista. Aliás, a liderança que o Verdão assume após essa rodada ajuda a manter a pressão sobre os rivais — inclusive o Flamengo.
Imagine que o placar tivesse sido outro — ou que aquela expulsão tivesse sido marcada: o São Paulo poderia ter somado pontos que mudariam não só sua jornada, mas o panorama geral da briga pelo título. Quando o árbitro “erra” para favorecer um dos times em um clássico decisivo, os reflexos chegam longe. Para o Flamengo, isso significa que a doença da arbitragem desleal vira uma questão estrutural, não casos isolados.
E pior: a revolta contra o apito tende a minar a legitimidade do campeonato inteiro. Se o torcedor pergunta “quem ganhou — o time ou o juiz?”, ele deixa de acreditar no meritocrático. Quando o Flamengo exige transparência, não é birra de rival: é defesa de um campeonato minimamente justo. E nesse clássico paulista, a arbitragem crossou a linha do aceitável.
O Flamengo, em silêncio ou nos bastidores, também sofre. Cada rodada que permite “erros” desse tipo é uma aposta no acaso. Se o Verdão fecha a conta com um título, muitos vão alegar — e alguns terão razão — que foi mais por “força de apito” do que por superioridade técnica. Para clubes que dependem de regulamentos e justiça nos critérios, o caos arbitral é uma ameaça direta.
É urgente que CBF, árbitros e STJD tomem medidas drásticas: divulgação aberta de áudios e câmeras do VAR em todos os lances, punições claras a juízes que vacilam em clássicos decisivos e, sobretudo, uma revolução cultural no futebol nacional. Se manter o apito como personagem central é manter o campeonato refém — e o Flamengo, entre outros, segue perdendo não só nos gramados, mas nas entrelinhas da injustiça.


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